segunda-feira, 22 de agosto de 2011

BRS, trânsito e a prefeitura

No sábado foi feita a implantação da BRS pela Prefeitura do Rio nos bairros de Ipanema e Leblon. Eu não sei se eu que sou um chato acostumado a só andar de carro pra cima e pra baixo ou se existem alguns erros de projeto aí muito grandes.

Pra começar, entendo que a BRS é uma ótima inovação da qual a cidade passa a usufruir que destina faixas exclusivas nas ruas para o transporte coletivo. Ótimo. Daí o nome BUS RAPID SERVICE. Os mais cricri já podem começar a criticar daqui, afinal um órgão público dar um nome a um serviço em inglês é desnecessário. Eu vou me limitar a criticar a parte BUS. Porque essa prioridade para o BUS? A prioridade tinha que ser para o transporte coletivo em geral.

Mas vamos aos fatos:
Andei outro dia na BRS e para meu espanto, o tempo para cruzar o bairro inteiro diminuiu em 5 minutos, no total!!! Isso pra não falar que o tempo que eu economizei foi gasto andando pro destino que eu queria ir, pois agora não tenho mais vários pontos onde saltar.
Mas tudo bem, penso que o errado sou eu, pois devia ter comprado um vale de R$ 40 com antecedência, pois com ele desceria em qualquer ponto e completaria o trajeto com outro ônibus.
Na volta outra surpresa: a organização dos pontos não foi feita por destino. Assim, se você quer ir de copa para a praça XV, você deixa teu pé na BRS 1, tua mão na BRS2 e tua cabeça na BRS3, porque os ônibus param nos 3 pontos! E com a boca, vc aproveita e xinga a prefeitura!!!

Então, qual a principal consequência da implantação da BRS em Copacabana? O trânsito se deslocou para a praia. Ótima iniciativa, Sr Prefeito! Você acaba de poluir um cartão postal da cidade! Tanto visualmente, quanto sonoramente, quanto com a poluição dos carros. O turismo e todo o mercado gerado por ele (que sustentam grande parte do Rio) agradece.

A implantação também tá sendo problemática. Afinal, uma coisa é implantar BRS em locais sem alternativa de transporte público e onde o tráfego é grande, mas não foi isso que a prefeitura fez. A implantação do projeto foi feita num bairro que tem um metrô (novo mas com poucos pontos) que não deixa de ser uma alternativa de transporte. Só não entendo porque não começaram por pontos também críticos, onde o metrô ainda vai passar. Será que existe alguma relação com a integração metrô-ônibus, gerida pelo metrô? E porque não então a Ayrton Senna, onde o engarrafamento é muito maior e mais frequente? E os subúrbios? Não dariam a mesma atenção que a zona sul?

Outro erro brabo de projeto é que os táxis não podem parar no lado direito da rua, tanto para pegar passageiro quanto para deixar. Quase todos os velhos já reclamaram da medida imediatamente após a implantação mas o Sr Eduardo Paes não mudou de opinião. E eu, mais uma vez, não estou preocupado com os velhinhos, estou preocupado com o trânsito. Afinal ficou impossível andar do lado esquerdo da rua. As duas faixas se tornam uma, porque a todo momento tem um táxi querendo pegar ou deixar um passageiro. Essa canetada não ia afetar tanto assim as faixas exclusivas.

Agora, verdade seja dita: o prefeito disse (sugiro que alguém conte!) que diminuiu 10% das linhas de ônibus que transitam pelas ruas afetadas. O trânsito de fato ficou melhor para os ônibus, mas em alguns pontos, como no Lido, o trânsito (de ônibus) continua. Afinal, me parece excessivo a quantidade de 50 linhas numa única rua! Aposto que no horário de pico, deve ter ônibus suficiente para que haja trânsito também na BRS. Nas eleições, o prefeito prometeu que iria relicitar tudo. Agora já mudou de idéia. Alguém consegue dizer por que?

Outro ponto a favor da prefeitura foi a prévia implantação do bilhete único. Mas como nessa história todo ponto positivo tem um negativo junto, o bilhete único não vale pro metrô, afinal, contrariar os interesses da (agora ex) mulher do governador não é legal! E a população que troque aproveitar a integração por uma boa caminhada, afinal, é melhor para a saúde!!!

4 comentários:

Anônimo disse...

Pra carro ficou impraticável andar na Nossa Semhora.

Mazitu disse...

Apesar de ter sido implantado de modo incorreto, não tem jeito, as pessoas tem que usar o transporte público pra ir trabalhar (estudar ou se prostituir no centro) mesmo. E esse transporte público tem que ter preferência em detrimento ao particular.

Também não dava pra esperar que o Eduardo Paes, com aquela competência que lhe é peculiar, faça o negócio funcionar bem.
Desafio alguém a dizer uma ação que o Prefeito tenha realizado para beneficiar a população. O sujeito é um incompetente, uma besta!

Ontem estive em Copa e, para minha surpresa, vi que o corredor funciona que é uma beleza. O único problema é que os ônibus continuam sem parar nos pontos (mesmo nos certos).

Pensador disse...

Na Nossa Senhora sempre foi impraticável. O problema é que a praia agora está impraticável, praticamente em qualquer horário. As 11 ou as 15 está engarrafado. Não tem sentido.

Minha grande crítica é que a política de transporte público é sempre parcial, incompleta. BRS funciona, principalmente, em cidades que não tem metrô. Porque onde tem, este é o meio de transporte público a ser priorizado.
Aqui, querem agradar priorizar os dois. Aí não dá!

Mazitu disse...

Não consigo concordar que, só porque tem metro (que vale lembrar: é uma merda) os ônibus não deveriam ter prioridade frente aos veículos particulares.

É claro que a coisa pode não estar sendo feita do jeito mais correto, mas é o que tem que ser feito.

Comentários Recentes