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domingo, 31 de julho de 2011
sábado, 23 de julho de 2011
Cuidado com seu Aplauso!
Vejam o Video:
terça-feira, 19 de julho de 2011
domingo, 17 de julho de 2011
Você não é o técnico, você é o bundão que está sentado no sofá!
Fim do jogo com eliminação precoce da seleção brasileira frente ao Paraguai na disputa por pênaltis. Como sempre, narradores, comentaristas e torcedores apontam o dedo buscando desesperadamente culpados.
Jogadores com altos salários, péssimo estado do gramado e até mesmo o penteado dos “craques” foram apresentados como fatores justificadores para a derrota. Preocupo-me quando começo a ler comentários no Twitter pedindo a cabeça do técnico Mano Menezes e a contratação imediata do Muricy para substituí-lo.
Estou longe de ser um defensor do Mano. Não acho que ele tenha feito por merecer o cargo que, ao menos em teoria, deveria ser ocupado pelo melhor técnico do Brasil. E vou além: Qual título de grande importância que o Mano venceu?! Serie B? Copa do Brasil? Paulistinha?
Acho que o Mano demonstrou insegurança em vários momentos, principalmente quando “sacou” Robinho do time com a desculpa de que o meio-campo brasileiro ficaria vulnerável contra o Paraguai e 7 dias depois, contra o mesmo adversário, escala o atacante como titular.
Não se faz uma renovação jogando os 22 jogadores da última Copa do Mundo no lixo e encontrando outros 22 novos jogadores que teriam condições de ser titular na próxima. E não se faz porque os “novos” jovens precisam ter em quem se espelhar, precisam ganhar experiência de disputar competições internacionais e mais outros milhares de motivos.
É, acontece que o Mano foi técnico escolhido para dirigir a bagaça e, por conseguinte, fazer a tão falada renovação da seleção objetivando a Copa do Mundo de 2014. Sobre o jogo da eliminação, o Brasil foi superior durante os 120 minutos, criou diversas chances e jogou pra frente, como sempre exigimos. A incompetência na cobrança de pênaltis é o menor dos nosso problemas. Isso se corrige, se acerta com treinamento.
E que saber do que mais? Estou cansado de ganhar Copa América e Copa das Confederações! Isso não vale merda nenhuma, é apenas uma preparação para o que realmente importa: A Copa do Mundo!
O torcedor imbecil passou a Copa de 2006 pedindo Juninho Pernambucano no time e, quando Parreira finalmente o escala como titular (exatamente como o torcedor queria), parece não mais se lembrar que o Brasil foi eliminado para França.
O torcedor pede 3 atacantes, exige Neymar e Ganso na seleção e o treinador escala! Agora vocês vão pedir a cabeça dele?!? Que espécie de idiota você é?!
Agora a solução é o Muricy, que já deu um exemplo de mau-caratismo ímpar quando saiu do Fluminense?! Logo ele, que adora jogar com 3 volantes e vencer as partidas de 1 a 0? Esse é o cara que vai fazer o Brasil jogar pra frente, “com cara de Brasil”?
Prefiro ver o Brasil perder 25 Copas do Mundo jogando como hoje do que ver o Brasil ganhando de 1 a 0, com 11 jogadores atrás da linha da bola e vencendo os jogos à la Dunga ou Muricy...
terça-feira, 12 de julho de 2011
Meu filho, você não merece nada!
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.
Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.
Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.
É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?
Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.
Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.
Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.
A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.
Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.
Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.
Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.
O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.
Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.
Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.
Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.
E-mail: elianebrum@uol.com.br
Twitter: @brumelianebrum
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Tá Caro!
Já vou avisando: A anta que vos escreve está na iminência de contrariar todos os princípios da ciência chamada economia. Quem acha que pode acabar se sentindo ofendido, melhor parar por aqui. Agora vamos aos fatos:
Faz mais ou menos um mês que abriu um novo restaurante nas redondezas daqui de casa, a churrascaria Fogo de Chão. Aparentemente, o “Fogo de Chão” entrou no mercado para fazer frente com a Porcão Rio´s. Ambas têm um excelente visual da Baía de Guanabara, são freqüentadas por ricos e famosos e o preço do rodízio é semelhante (90 e 80 reais o rodízio, respectivamente).
Ontem fui almoçar no “Carretão”, que também se inclui na categoria “Churrascarias na Zona Sul” e, para minha surpresa, o preço do rodízio aumentou em 5 reais de um mês para cá. Será que há alguma relação entre esses fatos?!
Pelo que sempre ouvi de economia, a tendência seria que os preços abaixassem para atrair os clientes. Mas a tão aplaudida concorrência que ouvimos várias e várias vezes de qualquer analista do capitalismo não passou nem perto desses restaurantes.
O problema é que, pelo menos para mim, raramente essa concorrência se vislumbra na prática. Pode ser que os donos negociam um preço entre eles, de modo a PARECER ser uma concorrência, mas o fato é que eu NUNCA vejo essa tal de concorrência acontecer na prática.
Pode me chamar de pão duro, mas só vejo o preço das coisas subirem. E eu não estou falando do preço do arroz e do chuchu! Se você quer ir a uma festa de Réveillon não desembolsará menos de 300 reais. Se quer ir a um show de uma banda internacional, não paga menos de 150 pelo ingresso.
O UFC 134 será realizado no Rio de Janeiro. Se você for amante da luta e quiser comparecer ao evento, o ingresso sai pela bagatela de 275 reais (isso a meia-entrada). Ninguém consegue comprar uma calça jeans ou uma bermuda de uma qualidade um pouco melhor por menos de 200 reais. Isso sem mencionar o preço dos ingressos no cinema, estacionamento em shoppings e etc...
domingo, 10 de julho de 2011
Fantasia de Carnaval!
20 anos
sábado, 9 de julho de 2011
Chega de EcoBags!
quinta-feira, 7 de julho de 2011
A Dança dos Deuses
O sucesso da democracia nas sociedades industriais trouxe inegáveis benefícios a amplos setores antes excluídos da tomada de decisões; contudo, provocou também a perda de identidades grupais que tinham sido essenciais nos séculos anteriores. A consciência de pertencer a determinada comunidade camponesa, ou família tradicional e poderosa, ou confraria, ou cidade, ficou esmagada pelo conceito de cidadania que homogeneíza todos os indivíduos. Novos recortes surgiram – partido político, condição econômica, seita religiosa etc. – mas tão maleáveis e mutáveis que não substituíram todas as funções sociais e psicológicas do velho sentimento grupal. O futebol inseriu-se exatamente nessa brecha aberta pela industrialização ao destruir os paradigmas anteriores.
O antropólogo inglês Desmond Morris vai mais adiante e propõe que se veja no mundo do futebol um mundo de tribos. Sem dúvida o sentimento tribal é muito forte, acompanha o indivíduo por toda vida e mesmo além dela. É o que mostra no Brasil a prática de alguns serem sepultados em caixão com o símbolo do clube na tampa. [...] A atuação do torcedor no rito do futebol não é em essência muito diferente das atitudes das populações tribais que, por meio de pinturas corporais, cantos e gritos, participam no rito das danças guerreiras.
Não é descabido, portanto, falar em tribo no futebol, porém não parece a melhor opção. Tribo é um grupo étnico com certo caráter territorial, o que não se aplica ao futebol, cujos torcedores são de diferentes origens e estão espalhados por diversos locais. Tribo é sociedade sem Estado, e o futebol moderno desenvolve-se obviamente nos quadros de Estados nacionais. Talvez seja possível falar em clã. Deixando de lado o debate técnico sobre tal conceito, tomemos uma definição mínima: clã é um grupo que acredita descender de um ancestral comum, mais mítico que histórico, contudo vivo na memória coletiva. Ainda que todo clube de futebol tenha memória concreta e mais ou menos documentada, com o tempo ela tende a ganhar ares de lenda, que prevalece no conhecimento do torcedor comum sobre os dados históricos. É nessa lenda, enriquecida por feitos esportivos igualmente transformados em lenda, que todos os membros do clã orgulhosamente se reconhecem. [...] O clã tem base territorial, mas quando precisa mudar de espaço (jogar em outro estádio) não se descaracteriza. Em qualquer lugar, os membros do clã se reconhecem, dizia o grande sociólogo e antropólogo Marcel Mauss, pelo nome, brasão e totem.
(Hilário Franco Júnior. A Dança dos deuses. São Paulo: Cia das Letras, p. 213 – 215)