Tenho viajado muito e provavelmente voei em todas as companhias aéreas deste país. Ao contrário do que você pensou, raras são as vezes que o motivo destas viagens é lazer, de modo que normalmente estou mal-humorado quando tenho que pegar um avião no sábado de manhã para algum lugar deste Brasil.
Como olhar para uma aeromoça já não é mais tão inspirador quanto foi um dia, comecei a notar pequenas diferenças de atendimento a bordo entre as companhias aéreas, em especial na “comida” que é servida. Juntei pequenas observações a respeito dos lanches durante a viagem. Aqui, compartilho-as:
Viajei pela TAM para Vitória e me foi servido um cookie e uma torrada integral, ambos da Bauducco. Para quem não conhece, a Bauduco é uma empresa que parece especializada no ramo de alimentos, só que eles esqueceram de nos avisar que é para galinhas e porcos, de modo que eles vem enganando o consumidor há anos com produtos de péssima qualidade.
O Cookie da Bauducco mais parece um biscoito de areia que aquelas crianças do Haiti comem quando não há mais o que comer e a Torrada integral deveria ser opção, não a regra geral. Eu sei que você, gordinho, vai tentar enganar-se dizendo que é a mesma coisa, mas vamos combinar: Se fosse a mesma coisa, chamaria apenas de torrada, não “torrada integral”, ok?! Adivinha o que tinha para passar na torrada integral? Geléia de uva. Sério, Parem com isso.
Em outra viagem me serviram Goiabinha. Eu fico pensando em que tipo de alimento é a Goiabinha e só consigo chegar a conclusão de que não é uma comida, é uma praga (tanto quanto os pombos e a Universidade Estácio de Sá). Prefiro dar minha bunda para os cães em praça pública do que ter que comer goiabinha de novo.
Uma vez, quando viajei bem cedo, as comissárias presentearam-nos com um crossant de ovos com presunto, negócio chique mesmo. A idéia seria boa, mas acabou revelando-se desastrosa. Nem todos digerem bem presuntos com ovos e as primeiras “bufas” foram sentidas antes mesmo do procedimento de aterrissagem. Confesso que em determinado momento torci por um pouso forçado no oceano, de modo que “máscaras de oxigênio cairiam sobre suas cabeças” e aí sim eu poderia voltar a respirar o bom e velho ar puro.
E para você, maconheiro, que acha que tudo que é fino é bom, experimente o “salgado de ervas finas”. Só para se ter uma idéia, eu odeio torrone, mas o gosto daquele salgadinho era tão insuportável que eu comi um torrone em duas mordidas, só para tirar o primeiro gosto ruim da boca.
Ninguém desce de um avião e vai malhar ou caminhar na praia e pior, algumas pessoas não tiveram tempo de almoçar ou tomar café então, se é para servir uma “barra de cereal”, é melhor que não sirvam nada. É mais justo, ninguém se sente enganado e vocês ainda economizam uma boa grana.
E, para não dizer que eu não falei de flores, A Batata Chips da Azul e o sanduíche de carne da Avianca foram, sem a menor sombra de dúvida, os lanches mais honestos que comi nessas viagens. Parabéns!
Mas, voltando ao assunto principal... Todo mundo gosta de amendoim, né?! Certamente seria a aposta mais segura, se o saco que as companhias aéreas oferecem não pesasse 5 gramas. Alguém conhece outra coisa comestível que pese 5 gramas? Você aí que pensou em orégano, sua resposta não será considerada. Ninguém abre um sachê de orégano quando quer fazer um “lanchinho”. Isso sem mencionar que aquele saco de amendoim, que é vendido no baleiro da esquina pesa pelo menos 10 vezes mais e custa 50 centavos. Porra, será que pelo preço que eu paguei na passagem aérea (eu sei, não foi muito, mas ainda assim) não dava pra comprar algo que custasse mais do que 5 centavos?!
Escutei algumas estórias de companhias que cobram pelo copo de água, mas honestamente, prefiro não acreditar nisso. Se isso fosse real, o sujeito que pensou nisso vai queimar no mármore do inferno, juntamente com toda sua família, já que o sofrimento de um só não será o suficiente e, quando ele achar que acabou, reencarnará como Bruno de Luca ou Preta Gil.
