Outro problema era a maneira que o quadro era conduzido. Os apresentadores faziam perseguições de carro muitas vezes perigosas e chegaram até a usar uma escada para invadir um apartamento. Quando finalmente a celebridade fosse “interceptada” era coagida de uma maneira tal que se sentia obrigado a calçar a tal sandália. Em determinada ocasião, Jô Soares reclamou dizendo que as sandálias da humildade não podiam virar sandálias da humilhação.
Hoje o Programa “CQC” tem um quadro chamado “Proteste Já”. Nele, um cidadão denuncia uma situação em que o Poder Público age com negligência (no mínimo) e o repórter vai buscar respostas e cobrar providências e prazos da autoridade política para solução da questão – algo que é perfeitamente legítimo e poderíamos dizer até mesmo que faz parte do papel da imprensa.
Ao se comprometer, o sujeito que está sendo cobrado – que normalmente é um assessor do político – é COMUNICADO que o repórter pegará um objeto que pode ser um quadro, um objeto decorativo, a gravata ou mesmo o próprio cinto do sujeito como forma de garantia de que aquele prazo será cumprido. Mais uma vez, o indivíduo fica indefeso frente às lentes da câmera e não ousa a contrariar o conhecido repórter.
Um político pode e deve ser perguntado sobre qualquer aspecto de sua governança, mas não ser obrigado a fazer papel de palhaço, se submetendo a qualquer achincalhação para ficar bem com o povo e não perder votos.
Um artista deve conceder entrevista, mas também tem o direito de sentir-se ofendido com determinados comentários acerca de sua vida pessoal. Ninguém acorda de bom humor todos os dias do ano.
“Pânico” e “CQC” vêm abusando da popularidade que têm para OBRIGAR o entrevistado a fazer o programa bem entende, incluindo dançar o rebolation. É claro que ver um artista conhecido dançar o rebolation pode ser engraçado para os espectadores, mas é constrangedor ver a forma como são tratadas as pessoas que se negam a fazer o que os tais repórteres mandam.
Um comentário:
Concordo. Muitas vezes esses caras faltam respeito com o trabalho dos politicos e artitas. Comediantes são eles, nao os entrevistados.
Postar um comentário