segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Fim dos mitos

Na penúltima quarta fui ao aeroporto fazer minha primeira viagem pela WebJet. A primeira surpresa que tive foi na fila do check-in. Mesmo tendo chegado com mais de uma hora de antecedência, achei que não fosse conseguir embarcar tamanha era a quantidade de pessoas que estavam a minha frente.

Fui atendido por uma mulher ríspida, que me entregou um papel amarelo. Em outras épocas, esse papel amarelo era um bilhete de papelão, com todas as informações que você precisava impressas de forma clara e legível. Hoje, o papel mais parecia uma maldita nota fiscal das Lojas Americanas.

A menos que houvesse um portão XX, o cartão de embarque não informava onde eu iria embarcar, ainda que faltasse menos de 20 minutos. Ou seja, eu iria viajar numa grande caixa projetada pelo homem para voar e nem os próprios homens saberiam onde a tal caixa estaria em vinte minutos!

Passado o primeiro susto, esperei por pouco tempo até que uma voz pediu para que nos encaminhássemos até o avião. Costumo a viajar com uma pequena mochila de colo, normalmente com um ipod, carteira e dois ou três livros, – nada mais que isso – e colocá-la embaixo do meu assento.

Sei que é difícil para vocês visualizarem isso, mas “embaixo do meu assento” era algo que simplesmente não existia no avião. Pensei que teria de desatarraxar as pernas para ali poder entrar, mas a fila para entrar no avião era grande demais e não tive tempo para isso. Eu não tinha mais espaço ali do que uma caixa de leite numa prateleira de supermercado.

Quando me sentei, meu joelho já “relava” na poltrona da frente. Logo chegou um respeitável senhor careca e sentou-se a minha frente, também na janela. Um casal com 3 filhos ocupou o banco de trás, com a filha do meio, que devia ter uns 6 anos bem atrás de mim.

Assim que subimos, o careca da frente começou a tentar recostar o banco, esfregando-o insistentemente contra o meu joelho. Ele empurrava com as costas de maneira que cada vez mais meu joelho era esmagado e não se dava por satisfeito – ou nem sequer percebia – que 5 graus eram o máximo que aquela poltrona recostava.

A menina que estava atrás de mim, por sua vez, começou a chutar as minhas costas incessantemente e passei boa parte da viagem perguntando quando é que viajar de avião transformou-se em algo tão desconfortável assim.

Logo me lembrei de uma companhia aérea que pediu a alguém autorização para que as pessoas viajassem de pé. Viajar em pé era um dos sonhos mais doces que eu poderia desejar.

Tomei algumas providências como cutucar o careca e avisá-lo (não educadamente, claro) de que aquilo era o máximo que sua cadeira conseguiria ir e olhar com cara de mal para a mãe das crianças que me ignorou como se tivesse que dividir com alguém a responsabilidade de criar os três filhos.

Transformar as “aeromoças” para “comissárias de bordo” também foi uma alteração terrível para os clientes das empresas aéreas. As “aeromoças” eram modelos que ainda não haviam sido descobertas por serem mancas ou terem qualquer defeito que nós, homens, não damos a mínima. Hoje vejo as comissárias de bordo e lembro-me do último Natal que passei com minhas tias-avós – enquanto ainda eram vivas.

Ainda assim tem gente que se mantém fiel às suas fantasias sexuais com as comissárias de bordo. Sabe aquele seu sonho de comer senhora que emburra o carrinho e está sempre com aquele sorriso forçado? Se for viajar de Webjet e ficar na janela, desista! Lá você não consegue nem penetrar no corredor.

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