quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Pra puta que pariu com a sua autoridade

Hoje de manhã vi no elevador do trabalho a notícia intrigante da prisão do Marcelinho Paraíba em função de uma tentativa de estupro. Não que seja o primeiro caso com jogador de futebol, mas vamos convir que, apesar da feíura, a beleza da conta bancária deles normalmente compensa qualquer problema físico, e imagino que a discussão com esse tipo de mulher normalmente seja só de preço, seja ele pago em drinks e cash ou fama e barriga.
Mais tarde, vi no jornal que, na verdade, o meliante tava tão somente tentando "roubar" um beijo da mulher. "Roubar" porque é bem possível que o paraíba tenha mesmo tentado agarrar aquela mulher a força.
Aí pensei: Caralho, acho que quase todos os homens do rio de janeiro já deveriam ter sido presos então, porque quando eu era adolescente isso era o mais comum em qualquer nightzinha que você ia... Mas a reportagem continuou e vi que na verdade o cara só foi preso porque o irmão da mulher que ele tentou agarrar é delegado da cidade onde ele tava, e vocês precisavam ver como esse irmão tava cabra-macho com a situação toda. Prometeu perseguir o cinegrafista da Globo e tudo mais. Só esqueceu que se o cinegrafista começasse a correr, já taria fora daquela megalópole no terceiro passo.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5496606-EI5030,00-Irmao+de+suposta+vitima+diz+que+devia+ter+atirado+em+Paraiba.html

Mas a minha indignação, minha revolta é com essa porra dessas autoridades que ficam usando o poder público de forma a proteger interesses particulares.
Esse é só um pequeno caso, que como outros, não afetam a vida de ninguém a não ser que você ou seus conhecidos estejam envolvidos.

Dessa mesma série, lembro de outro episódio recente, no qual o Minc  anunciava na Globo que tinha cassado a licença de perfuração da Transocean, empresa que furou o poço que vazou petróleo da Chevron. Achei estranho né... afinal imagino eu que a Transocean não é louca pra furar um poço em qualquer lugar que o dono não tenha autorizado ela a furar, assim como ninguém vai fazer um poço na sua casa pra retirar água sem que você autorize ele a fazer. Ou, numa comparação pra quem mora em prédio, querer culpar a Otis porque o prédio desabou porque não aguentava o peso do elevador instalado nele. De fato, perguntei depois pra um amigo do ramo, e ele disse que isso não passava de uma bravata do Minc que não tinha o menor cabimento técnico-jurídico-legal. Imagino que além de querer ganhar voto de algum eleitorado verde, provavelmente tinha algum interessado aí por trás. Fico me perguntando porque a Petrobras, que é tão sócia do empreendimento quanto a Chevron, praticamente não foi citada no caso, mas isso são outros quinhentos...

Outra bravata aconteceu ontem, foi a chegada da PF à uma empresa de tratamento de resíduos hospitalares e a consequente prisão de dois responsáveis técnicos da empresa em função de um possível crime ambiental, sem apresentar sequer um laudo técnico que comprove alguma coisa. Eu me pergunto que conhecimento técnico um policial, por mais que seja da delegacia de crimes ambientais pode ter sobre tantos meandros técnicos que se podem ser encontrados seja com lixo ou com petróleo (o delegado é o mesmo, inclusive). Falar, qualquer papagaio fala (e escrever também), e os adEvogados e juristas podem falar o quanto quiserem que o funcionário público tem fé pública que eu vou mandar todos eles pra casa do caralho. Todo e qualquer contato com um funcionário público que tive no qual não apresentei nenhuma "credencial" foi deplorável no sentido ético e moral e pra mim a tecnologia tinha que ser usada nesses casos também. Afinal, se num call center tua ligação tem que ser gravada, porque o atendimento/fiscalização não podem ser?
Mas dessa última história, o que eu acho interessante é que esses eventos são sempre relacionados a acontecimentos políticos que gerariam muuuuito mais receitas para grandes grupos econômicos que... ah deixa pra lá!!! Vou voltar pro meu ópio, a TV.

Um comentário:

Mazitu disse...

Com relação à "síndrome da pequena autoridade", ela pode ser vista quando um sujeito que nunca foi nada na vida (e nem mandou em ninguém) e passa a ter algum tipo de poder. Num primeiro momento, este poder lhe foi conferido licitamente, mas ele acaba ultrapassando tantas e tantas vezes o limite do que ele não pode fazer que é difícil controlá-lo ou fazê-lo voltar atrás e respeitar aquele limite que ele nem mais lembra que existe.

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