domingo, 11 de dezembro de 2011

Sobre a Democracia Brasileira

A divisão do Estado do Pará seria benéfica para os Estados envolvidos sob o ponto de vista político, econômico e financeiro. Haveria necessidade da contratação de servidores públicos (+ gente local empregada), uma maior representação no Congresso e maior quantidade de recursos federais alocados para manter os elefantes brancos que seriam criados.

Por outro lado, a divisão seria péssima para o restante dos brasileiros e, visto a conseqüência direta na vida de cada cidadão contribuinte, não sei como uma discussão dessa importância foi decidida em um plebiscito regional, e não nacional.

A democracia representativa é o sistema de governo que adotamos. Através dela, os cidadãos escolhem seus representantes que, como o próprio nome diz, são eleitos para representar os interesses dos que cidadãos que votaram neles.



Há muito tempo deixei de acreditar na democracia representativa porque ela se baseia numa premissa falsa: A de que os representantes eleitos defendem os interesses da população. Como podemos observar ao longo dos anos, os políticos são eleitos e tudo o que fazem quando chegam ao Poder Legislativo e Executivo é representar SEUS próprios interesses e os interesses de quem financiou suas campanhas.

Creio também que quando colocaram certas decisões nas mãos do povo brasileiro, nós decidimos mais acertadamente do que os idiotas que nos representam. Basta ver a questão do desarmamento e divisão do estado do Pará.

Por isso, considero o plebiscito e o referendo dois dos mais importantes instrumentos políticos para que exerçamos democracia hoje em dia. A diferença entre um e outro é simples: enquanto a discussão do primeiro é feita ANTES da alteração da lei (como no caso da divisão do Pará), no referendo, a discussão é feita POSTERIORMENTE a questão ter sido decidida – os políticos precisam do apoio da população para legitimar as suas decisões (como no caso do desarmamento)





É claro que não é possível substituir todo e qualquer político, assim como não é possível que a polulação decida sobre qualquer questão, mas acho que esses 2 instrumentos deveriam ser utilizados com uma freqüência maior.

Se, por exemplo, fôssemos as urnas uma vez por mês para votar sobre quatro, cinco questões de maior importância para o país, além das decisões ficarem em nossas mãos, faríamos melhor uso dos Tribunais Eleitorais do país, reduziríamos gastos (uma vez que não precisaríamos desse número colossal de políticos e nem gastos com seus gabinetes) e de quebra, ainda retiraríamos essa quantidade absurda de poder que os políticos detém.

Os temas poderiam ser propostos pelos políticos, se estabeleceria um prazo entre 6 meses e 1 ano para discutirmos profundamente as questões fazendo uso dos meios de comunicação, universidades, sindicatos e associações mais diversas e votaríamos depois no que considerássemos a melhor decisão. Ainda que não fosse a decisão mais correta, teria uma legitimidade maior – uma vez que foi escolhida por nós mesmos - e poderia ser alterada depois, por proposta de alteração dos mesmos políticos (e votação nossa).

Este voto também poderia ser facultativo, de modo que evitaríamos que as pessoas desinteressadas pelos temas propostos não votassem em quaisquer besteiras - como a eleição do Tiririca, por exemplo - só porque estão sendo obrigadas a estar ali.

2 comentários:

Zé Pequeno disse...

nunca tinha levado em conta o tema, mas a proposta é boa! gostei do texto... simples, explicativo e conciso nas ideias! boa meu brother!

Anônimo disse...

Só vejo como um grande empecilho a consulta popular o alto custo ao erário. Acho que teria que ser votado mais de uma proposta para ser viáve e utill a consulta anual de projetos de lei. Quanto a ser facultivo, te falo que a no o ideal mas muito perigoso, ainda, aqui no Brasil.
O povo é muito manipulável pelos políticos. o Collor voltou, Sarney num a saiu e vive criando órgão públicos para comandar, vide o Amapá, Barbalhos absolvido, Mesalao prescrevendo. Ser político aqui no Brasil é profissão

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