quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Algo errado no futebol

Esta semana uma notícia no mundo do futebol me chamou atenção. Kleber, ex-atacante do Palmeiras, acertou sua transferência para o Grêmio. Seu salário será que 500 mil mensais e receberá mais 5 milhões com a transferência.

Em 2003, Kléber venceu o Mundial Sub-20 pela seleção brasileira, depois foi campeão ucraniano e vice-campeão da Copa Libertadores com o Cruzeiro. Depois, entrou para galeria dos jogadores talentosos que se contentam em serem ricos, sem se preocupar em ter outras conquistas profissionais.


Este ano, Kléber atuou 19 vezes pelo Palmeiras no Campeonato Brasileiro, tendo feito 3 gols. Que mais? Brigou com o técnico e vários dirigentes. Não me recordo se este ano algum outro jogador comportou-se de maneira menos profissional que o Kleber. Atualmente, ele está há 2 meses sem entrar em campo mas, logicamente, recebendo seu salário em dia.

Fico me perguntando o que leva um time como o Grêmio a fazer TANTO para ter um jogador que ultimamente tem feito tão pouco. Mas o problema não é o Grêmio. Se o Grêmio não pagasse, talvez o Galo pagaria. Se o Galo não pagasse, talvez o Flamengo.

Outro exemplo é do atacante Adriano. Ele foi para o Corinthians em março. Estamos em novembro, Adriano participou de alguns minutos em 4 ou 5 jogos. Durante todo este período, a única preocupação que teve foi receber o salário em dia e aumentar seu peso de modo que hoje só pode ser medido em arroba.


De uns tempos para cá, os clubes se tornaram reféns de jogadores que não tem o menor comprometimento. O pior é que jogadores já “sobem” dos juvenis dirigindo carros do ano e ganhando em um mês o que muitos pais de família não ganham em 10 anos.

Assim como a economia, o futebol brasileiro está forte. Os clubes podem pagar alto – não é à toa que cada time da Série A tem 2 ou 3 jogadores estrangeiros. Muitos diriam que se nós não pagarmos alto pelos bons jogadores, todos já teriam ido jogar no exterior.

Qual é a solução então? Como manter um campeonato forte com jogadores que – ganhando ou perdendo - recebem rios de dinheiro? Não tenho nenhuma resposta para isso, apenas sugestões:

A primeira delas é a estipulação de uma espécie de FGTS para jogadores. Todo mês, dez por cento do salário dos jogadores seria depositada numa conta própria e o jogador só poderia receber este dinheiro após aposentar-se ou atingir certa idade.

Esta medida resolveria outro problema: A maioria desses atletas passou boa parte da vida dentro de campo, poucos são os que têm estudo e não sabem lidar com a quantidade de dinheiro que recebem.

Esse FGTS garantiria um futuro para eles, além de nos poupar de assistir milhares chatíssimos jogos para angariar fundos para algum ex-jogador que está com uma doença ou na mais absoluta miséria.

Mas o que considero mais justo é vincular o desempenho do atleta ao seu contrato. Produtividade. Os jogadores receberiam metade do salário fixo e a outra metade variaria de acordo com desempenho dos atletas e dos clubes onde atuam.

É claro que é difícil medir o quanto valeria cada gol, por exemplo. Mas há critérios objetivos que podem ser utilizados, como possibilidade de atuar (jogador não foi afastado, não está lesionado...), gols marcados, assistências feitas, jogos sem levar gols (para os defensores) e da performance do seu time no campeonato.

Se o que cada um faz fora de campo é problema seu, vincular o salário do jogador ao seu desempenho faria com que os caras pensassem duas vezes antes de fazer festas em vésperas de jogos, virarem noites e noites tomando cana e etc.

Vocês acham que isso é fantasia?! O piromaníaco Breno estava recebendo “apenas” 12 mil reais no futebol alemão, dado a quantidade de lesões que vinha tendo nos últimos meses. E isso é a regra no futebol europeu, não exceção.


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