domingo, 15 de janeiro de 2012

Febre de UFC

O evento de luta UFC desfere cada vez mais golpes, atingindo mais e mais espectadores. A “febre de UFC” se dá com uma receita simples: dois lutadores de cada lado, poucas regras a serem conhecidas e muita, mas MUITA publicidade.

Não, não serei o chato que virá aqui escrever que esse esporte é uma merda, que só é assistido porque o brasileiro engole toda e qualquer porcaria que tentam o enfiar pela goela. Até porque discordo desse argumento.

Acho que o brasileiro, de uma forma geral, é sim muito receptivo a divulgação de certos eventos, mas tem coisa que “pega” e outras simplesmente não pegam. Essas corridas de rua, por exemplo, até dois, três anos atrás simplesmente não eram comentadas. Ninguém conhecia ninguém que participasse de meia-maratonas. Agora, de uma hora para outra, TODOS são corredores profissionais, indo de lugar nenhum a ponto algum, e praticamente toda semana tem um evento.

Mas há também o outro lado, como por exemplo, os X-Games. Os responsáveis por esse tipo de evento montaram pista na areia, fizeram divulgação e eu – igualmente “de fora” – não notei uma febre tal qual notei no caso das corridas e dos “gladiadores do terceiro milênio”.

Aproveito minha deixa para dizer que considero Galvão Bueno um péssimo narrador. Ele sempre me incomodou, desde que narrava futebol, com seu jeitão cagador de regras, querendo prever as coisas (ele é narrador, não comentarista), seus bordões irritantes, com a forçação que ele faz uso para parecer que é íntimo do atleta. Só quem ouviu a ligação que ele fez no ar para o Kaká, parabenizando-o pelo seu filho sabe do que estou falando. Mas até foda-se, isso é apenas minha opinião, e eu não ia ficar divulgando para não promover ainda mais essa figura patética.

Só que além de tudo isso, Galvão é extremamente oportunista. Basta lembrar que quando Daiane dos Santos começou a ser campeã e a ginástica passou a ser mais popular no Brasil ele foi logo se metendo a entendedor. O problema é que, tanto em um quanto no outro, o fato do Galvão estar ali significa que ele tirou oportunidade de quem passou anos e anos narrando esses esportes, quando ninguém sabia o que eram. Ele está colhendo os louros do trabalho de outro alguém, que simplesmente foi jogado para escanteio. É claro que a culpa não é somente dele, é também de quem fez o convite, mas ele, como profissional que diz ser, deveria reconhecer o trabalho dos seus colegas de profissão e dar a vez a quem realmente entende disso e suou sangue, contribuindo para o esporte estar onde chegou, ao invés de ficar se comportando como um imbecil, repetindo “esquerda, direita, esquerda, direita” e tantas outras coisas igualmente imbecis que já ouvimos ele dizer.

Outra coisa que deve ser comentada é que acho no mínimo estranho que noventa por cento das lutas realizadas por brasileiros no Brasil é vencida pelos mesmos. E é claro que isso facilita ainda mais a divulgação do esporte em terras tupiniquins. Eu não acho que todo evento é uma grande armação, que ninguém deve assistir. Só estou falando que acho estranho e ponto.

Ontem estive com amigos e, não tendo nenhum outro evento na noite, decidimos comprar o pay-per-view da NET e assistimos todas as lutas, desde a primeira até a vitória (e comemoração) emocionante do flamenguista José Aldo.

Não sou profundo conhecedor de lutas, de modo que a opinião que estou dando agora é apenas de alguém que treina capoeira há alguns anos e já fez treinos de boxe e jiu-jitsu. Achei que o evento foi emocionante e de alto nível técnico. Poucas lutas foram “amarradas” e quem pagou os quarentinha para assistir as lutas no conforto de casa não se arrependeu. Não deixaria minha vida social de lado para ficar em casa sozinho assistindo o evento, mas como dessa vez deu para conciliar os dois, não me arrependo de ter feito.

Tem gente nas redes sociais reclamando, dizendo que até ano passado ninguém nem sabia o que era e a partir de agora todo mundo faz comentários sobre o MMA no facebook, comparando os caras que lutam a uma prostituta, porque vendem o corpo, apanham e se destroem por dinheiro. Mas será que quem diz isso SEMPRE gostou das mesmas coisas? Qual o problema do sujeito agora passar a acompanhar o UFC?

Todo mundo tem o direito de expressar sua opinião sobre qualquer coisa, só não deveria tentar impor sua opinião sobre a do outro. Realmente é chato quando você tem a impressão de que SÓ você é contrário algum esporte, programa de tevê ou um comportamento, quando você vê TODO MUNDO comentando, se amarrando ou fazendo a parada. O único conselho que eu lhes dou é o seguinte: Não vejam. Não comentem. Tentem seguir suas vidas sem ficar se importando em como cada um segue a sua. Isso só trás aborrecimento.



Dá uma olhada na cara de bichinho do "A Era do Gelo" que o tal do Johnson fez ao sofrer o estrangulamento do Vitor Belfort...


Um comentário:

Zé Pequeno disse...

o evento em si me parece muito bem organizado!muitos criticam o tal do dono do UFC (apesar de ser um marketeiro de primeira linha). O cara é competente pra caralho! Afinal, o UFC já teve seus dias de glória quando iniciou, mas depois decaiu muito e perdeu espaço para o Pride e outros campeonatos de MMA japoneses...
Mas o cara conseguiu levantar a marca que ele comprou por uma pechincha e alavancou o esporte!
E por incrível que pareça, posso me arrepender desse comentário no futuro, mas o cara vê e trata o UFC como um negócio, uma empresa, como deve ser. Tanto que despediu o coitado do Johnson depois que ele tomou um sacode do Vitor BemForte porque o negão não foi profissa e se apresentou acima do peso, causando constrangimento para ele e para a marca dele!
Os dirigentes de futebol aqui no Brasil poderiam fazer um estágiozinho com o Dana White!!!

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